2010/11/29

Provavelmente, um dos momentos mais estúpidos da minha vida (quiçá à altura dos incidentes do pum e da canção de embalar, já aqui descritos)

Tinha acabado de descer as escadas do prédio. Eu, o cão (pela trela, a puxar-me o braço esquerdo), dois sacos de lixo e um de pão (instavelmente distribuídos pelos dedos da mão direita). Abri a porta da rua um segundo antes de um vizinho meu o tentar fazer, do lado de fora. Seguiu-se a cerimónia obrigatória.
- Faça favor...
- Ora essa, ora essa!...
E, para tentar abreviar o confronto, apressei-me a deitar os sacos do lixo no contentor (do lado de dentro do prédio) e a sair para dar passagem ao vizinho, que tinha ficado do lado de fora (atrás da porta) para me facilitar a passagem pela estreita meia porta.

Bom, pelo menos era esse o plano... Claro que, além da dificuldade acrescida proveniente da existência de um cão à rasquinha a puxar-me a mão esquerda com a qual tentava abrir a tampa do contentor (que a gravidade se encarregou de fechar logo de seguida) e da segurança precária com eu agarrava os sacos, depois de ter conseguido segurar tampa com o antebraço direito, foi o saco do pão que deixei cair lá para dentro.

«Foda-se!», exclamei. Puxei o cão, abri novamente a tampa com a mão direita e estiquei-me em direcção ao fundo do contentor. Mas, como a experiência me tinha demonstrado na tentativa anterior (apesar do meu cérebro não lhe ter dado ouvidos), na posição em que o contentor estava a tampa não se aguentava aberta sozinha... e só parou quando se cruzou com a minha testa.

«Ah! Foda-se!», exclamei, desta vez ainda com mais feeling, a tentar conter a lágrima que fugia pelo canto do olho (a puta da tampa deu-me com a aresta desde o lado esquerdo da testa até ao olho direito, passando pela cana do nariz).

Perseverei! Abri a tampa outra vez e apressei-me a enfiar a cabeça dentro do contentor antes da tampa cruzar a trajectória da minha cabeça. A meio desta operação percebi que não tinha sido uma boa jogada. A tampa, obviamente suja com restos de lixo em decomposição, iria eventualmente tocar em alguma parte do meu corpo na sua inevitável descida em direcção à sua posição de repouso. Contudo, era tarde demais. Desta vez foi com a minha nuca que ela se encontrou, presenteando o meu cabelo com um agradável aroma... urbano.

«Fooooda-se!!!...» E o vizinho pacientemente à espera do lado de fora do prédio, felizmente impedido de ver a triste figura que eu fazia mas certamente curioso e desprotegido contra o meu linguajar de taberneiro. Nesta altura, e depois de na minha última incursão pelo interior do contentor ter chegado à conclusão que, por este estar quase vazio, não ia ser fácil chegar ao saco do pão (do que eu sou capaz por um Pão de Mafra da Frutaria do Oeste!...), optei por dizer ao vizinho que entrasse, pois que tinha umas coisas a resolver com o contentor e que eram capazes de demorar algum tempo. Anuiu. Dei-lhe então passagem.

Desta vez reflecti, afastei o contentor da parede (para que a tampa se aguentasse aberta sozinha), equacionei a velocidade e a direcção do vento, tomei balanço... e mergulhei de cabeça. Só então descobri que tinha avaliado mal a profundidade do contentor e que não chegava ao pão... Não desisti. Dei impulso com a ponta dos pés (que já mal chegavam ao chão do lado de fora) e finquei a mão esquerda no rebordo (como segurança) enquanto o indicador e o médio da mão direita tentavam pescar aquela frágil película plástica transparente, que era a única protecção entre resíduos semi-sólidos urbanos milenares e aquela iguaria redonda e enfarinhada.

Digno de um aparte é o facto de o vizinho, imediatamente depois de entrar no prédio, ter recebido um telefonema e ter ficado a conversar mesmo ali (correndo o risco de levar com as minhas pernas que, saindo de dentro do contentor, faziam contrapeso numa dança frenética que fez com que a tampa se fechasse de novo (com metade de mim lá dentro, claro).

Consegui (finalmente!) apanhar o saco do pão. Consegui também limpar parte do interior do contentor com o meu cabelo, casaco e mochila. Deitei os sacos certos no contentor, despedi-me do vizinho que - certamente sabendo que a rede se perde nas escadas - tinha ali ficado à conversa ao telemóvel, e saí. Sujo, de orgulho e sobrolho feridos, mas vitorioso!

The End

2010/11/26

Portugal


O conteúdo das prateleiras da loja ao lado do Eduardino (a outra Ginginha). How typical!... Galos de Barcelos e cromos da bola...

2010/11/25

Ergonomia


Eles inventam cada coisa... Pois não é que aqui na casa-de-banho do café da esquina há uma almofadinha na parede por cima do urinol para (suponho) ajudar quem já tem problemas de equilíbrio a não salpicar o chão?!...

2010/11/12

A special day calls for a special meal

Hoje fomos jantar a'O Especial. Parabéns, S.!

Inocência

Quando eu era mais pequenino pensava que o "Lets get Physical" era sobre ginástica...