No "meu tempo", água engarrafada havia de 33cl, litro e meio e garrafões de 5 litros (vá, e meio litro, em alguns estabelecimentos... mas só em garrafas de vidro). Entretanto, o líquido vital tem vindo a ser disponibilizado numa variedade cada vez maior de volumes. Além da massificação da garrafa de plástico de meio litro, veio o garrafão de 6 litros, o de 7 litros e (descobri a semana passada) o de 5.4 litros (!), este último com uma frase publicitária enfatizando o quão económico e moderno é este novo formato.
Porquê? Perguntam vocês.
Porque sim, respondo eu. Depois de tentarem refrescar a imagem da água (como bebida engarrafada) com a cena dos sabores, viraram-se para a cena dos tamanhos (uma questão sempre actual).
Até já há garrafas desenhadas especificamente para crianças e para desportistas. E águas que promovem o equilíbrio (energético?) e outras que ajudam a emagrecer...
É a segmentação do mercado. Dividir para confundir (e iludir).
Outro ponto importante é o impacto (irritante) que isto tem na quantidade de informação que o consumidor tem de fornecer para ver satisfeito o seu pedido. Já não bastava, para pedir uma água num café, ou assim, ter de responder às (já demasiadas) perguntas do costume?
- Com gás ou sem gás?
- Fresca ou natural?
- Grande ou pequena?
- Com sabor a limão, chá de tília ou o raio que o parta?
Em breve , em vez da "grande ou pequena?", vamos ouvir também:
- Quantos centilitros vai querer?
- É para levar ou para beber aqui?
- Copo, palhinha ou ambos?
- Nacional ou importada?
- Sólida, líquida ou gasosa?
Só falta aparecerem aí águas vitaminadas ou já com medicamentos misturados...